terça-feira, 19 de dezembro de 2017


O essencial é invisível aos olhos





Somos pessoas únicas. É mesmo interessante perceber que cada ser humano pensa de uma maneira completamente peculiar e inimitável. Isso vem de berço, de gerações. Existe uma carga genética sim, mas, acima de tudo, são as pessoas com as quais convivemos que moldam quem nos tornamos. 

Ou nos tornaremos. 

Enfim, seja para imitar ou ser absolutamente diferente de determinada pessoa, estamos numa espécie de espelho de trezentos e sessenta graus. Tudo o que fazemos refletirá mais adiante. 

No que tange à nossa personalidade, pode-se dizer que ela é algo substancial, somos dessa forma indiferente das circunstancias. É essência.  Será mesmo? Algumas coisas sim, mas muito da nossa personalidade difere de acordo com o meio. 

Se você é uma pessoa extrovertida e faz amizade fácil, mas está em um meio de pessoas fechadas e pouco amistosas, você acabará se adaptando ao local, ao ambiente. 

Somos metamorfose.

 Somos camaleões.

Da mesma forma, uma pessoa fechada e silenciosa que encontra um ambiente acolhedor e compreensivo pode se transformar. As pessoas com as quais você convive transformam você. 

Quer queira e perceba, ou não.

A frase, cujo autor desconheço, que me atraiu significativamente essa semana fala: “Eu gosto mesmo é de quem desperta o melhor que eu posso ser”. 

Nossa, eu curti essa frase. Ela traduziu minhas descobertas principais no ano que está findando. 

Convivi por anos com pessoas que olhavam para mim pelo que eu fui aos vinte anos. Só as coisas ruins, as boas lhes escaparam à memória... Ironicamente. Hoje, às margens dos trinta e três anos, sou uma pessoa absolutamente diferente.  Mas não para aquelas pessoas. Para elas, eu não mudarei nunca. 

Pessoas que pararam no tempo. Que interpretam o presente baseados no passado.

Bem, o passado passou, assim como a minha preocupação com o que essas pessoas pensam de mim. 

Hoje dou novas chances a mim mesma. 

Diariamente.

Dou-me chance de errar, de tentar de novo. De mudar. Aprendi a ser eu mesma, e quer saber, gostei mais de mim assim.

Eu sinceramente prefiro ser essa metamorfose ambulante. O resto da canção sua mente completou, não é?

Ser o melhor que podemos ser tem muito mais a ver com quem escolhemos para estar ao nosso lado, do que com jornadas interiores complexas. Se estamos ao lado de pessoas que querem ver nosso lado bom, automaticamente seremos melhores.

Você pode fazer tudo errado, fazer o comentário mais desnecessário, dar a risada mais inapropriada... Mas se estiver com as pessoas certas, isso não será um problema. 

O essencial é invisível aos olhos, não é? Se você estiver verdadeiramente disposto a ver... O bem, o lado bom, a boa intenção por trás da atitude errada... Você verá. É questão de treinar o olhar.  

Afinal, julgar é tão fácil que chega a ser enfadonho. Prefiro o desafio. Prefiro imaginar que não é como eles dizem, como julgam. Prefiro imaginar o melhor. E, a cada novo dia, procuro por pessoas que pensem assim.